Fonte: Cetic.br

Pesquisa do Cetic.br aponta que 76% dos professores utilizam a Internet para desenvolver ou aprimorar seus conhecimentos sobre o uso de tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem

A busca de informações sobre como utilizar as tecnologias digitais em atividades educacionais é cada vez mais frequente entre os professores brasileiros. É o que aponta a pesquisa TIC Educação 2018, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Segundo o estudo, 76% dos docentes buscaram formas para desenvolver ou aprimorar seus conhecimentos sobre o uso destes recursos nos processos de ensino e de aprendizagem.

Entre os temas de interesse entre os professores na busca por cursos e palestras, os mais citados são o uso de tecnologias em sua própria disciplina de atuação (65%), o uso de tecnologias em novas práticas de ensino (65%) e formas de orientar os alunos sobre o uso seguro do computador, da Internet e do celular (57%). De acordo com a TIC Educação, 90% dos professores afirmaram que aprenderam sozinhos a usar as tecnologias, 87% deles buscaram orientação dos parentes e familiares e 82% procuraram a ajuda dos pares. A busca por vídeos e tutoriais on-line sobre o uso das TIC nas práticas pedagógicas cresceu 16 pontos percentuais entre 2015 (59%) e 2018 (75%).

Os cursos superiores de formação de professores também têm debatido o uso de tecnologias digitais em atividades pedagógicas. A TIC Educação revela que, em 2018, 64% dos professores até 30 anos tiveram a oportunidade de participar, durante a graduação, de cursos, debates e palestras sobre o uso de tecnologias e aprendizagem promovidos pela faculdade, assim como, 59% realizaram projetos e atividades para o seu curso sobre o tema. Porém, apenas 30% dos professores afirmaram ter participado de algum programa de formação continuada no último ano. Assim como, apenas 21% dos diretores de escolas públicas disseram que os professores da instituição participam de algum programa de formação de professores para o uso de tecnologias em atividades com os alunos.

Cidadania digital na escola

“A formação permite que os professores estejam melhor preparados para apoiar e auxiliar os alunos na apropriação das tecnologias, enquanto recursos pedagógicos e no que diz respeito ao seu uso crítico, consciente e responsável”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Entre os professores, 38% afirmam já ter apoiado algum aluno a enfrentar situações incômodas na Internet, como, por exemplo, bullying, discriminação, assédio, disseminação de imagens sem consentimento, entre outras.

Para 44% dos alunos de escolas urbanas, os professores são considerados fontes de informação sobre o uso de tecnologias. Ainda de acordo com a pesquisa, 48% deles afirmam que os professores os auxiliaram a utilizar a Internet de um jeito seguro e 39% que os professores falaram sobre o que fazer se alguma coisa os incomodar na Internet. “As dinâmicas de uso das tecnologias digitais vivenciadas por alunos e professores fora da escola ultrapassam os muros e emergem nas discussões ocorridas também em sala de aula”, reforça o gerente do Cetic.br.

A TIC Educação 2018 revela ainda que 51% dos alunos afirmam que os professores os orientaram a comparar informações em sítios diferentes e 57% que os professores disseram quais sítios deveriam utilizar para fazer trabalhos escolares. “É importante que alunos e professores contem com formas de apoio e fontes de referência para a extração de mais e melhores oportunidades de utilização destes recursos. As políticas educacionais, especialmente públicas, são muito relevantes para a integração da educação para a cidadania digital ao currículo das escolas”, completa Barbosa.

O NIC.br disponibiliza materiais gratuitos que podem auxiliar os educadores a orientarem seus alunos sobre o uso seguro da Internet, com o guia #Internet com Responsa na sua sala de aula e os slides dos fascículos do CERT.br, que também podem ser utilizados durante as aulas. Além disso, oferece em parceria com a SaferNet Brasil um curso de capacitação de educadores para o uso consciente e responsável da Internet.

Proteção de dados

Outro tema que tem chamado a atenção da comunidade escolar é a proteção de dados pessoais on-line: 59% dos coordenadores pedagógicos buscaram cursos, palestras e fontes de informação sobre a disseminação de dados dos alunos e da escola na Internet – indicador coletado pela primeira vez pela pesquisa.

A presença das escolas na Internet também foi investigada: 67% das escolas públicas possuíam perfil em redes sociais. Entre as escolas particulares essa proporção é de 76%, bem como 47% delas possuem ambiente virtual de aprendizagem. “Além de indicar uma presença significativa das escolas em plataformas on-line, os dados sugerem a relevância da inserção das tecnologias no currículo também como objeto de debate. O tema da proteção de dados é um exemplo. Embora já tenhamos uma Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entra em vigor no ano que vem, a sua disseminação e o seu conhecimento pelos atores escolares ainda representa um desafio a ser enfrentado pelas políticas educacionais”, pontua Barbosa.

Conectividade nas escolas

A TIC Educação 2018 também aponta que a infraestrutura de acesso às tecnologias ainda é um dos principais desafios enfrentados pelas escolas: 58% dos professores de escolas públicas urbanas utilizam o celular em atividades com os alunos, sendo que 51% deles fazem uso da própria rede 3G e 4G para realizar estas atividades. Já nas escolas rurais, 58% dos responsáveis pelas escolas utilizaram o telefone celular para atividades administrativas, sendo que 52% afirmaram que se tratava de um dispositivo próprio, não custeado pela escola.

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