Fonte: Embrapii
O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) anunciaram as instituições selecionadas para formação de três Centros de Competência (CCs) Embrapii em áreas de tecnologia de fronteira, como 5G e 6G, tecnologias imersivas aplicadas a mundos virtuais e Open RAN (Open Radio Access Networks). No total, serão investidos R$ 180 milhões para a realização de pesquisas em setores de tendências de inovação e para a formação de competências tecnológicas. Com o apoio dos CCs, a indústria brasileira poderá acompanhar esse movimento e acessar as possibilidades oferecidas por tecnologias ainda emergentes.
A iniciativa é realizada em parceria com o MCTI, com recursos financeiros oriundos do Programa Prioritários PPI IoT/Manufatura 4.0. A Chamada Pública 01/2022, que prevê a seleção dos Centros de Competência, foi publicada no último ano, com início do processo de seleção em agosto.
“Estamos recuperando os investimentos na produção de conhecimento, especialmente das tecnologias altamente especializadas. Nesse sentido, os Centros de Competência Embrapii vão ser fundamentais na estratégia do Governo Federal para a reindustrialização do país em novas bases. Este modelo de apoio à inovação concebido pelo MCTI com a Embrapii significa a união entre a academia e o setor produtivo em busca de soluções para as demandas e desafios da indústria do futuro. Ao criar hubs de inovação, os Centros de Competência vão atrair mão de obra qualificada, estimular atividades de pesquisa e desenvolvimento, além de formar recursos humanos e contribuir para o desenvolvimento de soluções de alta complexidade tecnológica”, Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O modelo é inédito no Brasil e estes são os três primeiros de nove Centros de Competência que a Embrapii vai anunciar em todo o Brasil ainda este ano. Ao todo a Embrapii vai investir R$ 495 milhões para criação dos CCs, sem incluir os recursos de outras fontes que os centros de pesquisa selecionados irão captar, incluindo de empresas associadas à Associação Tecnológica. Ainda serão anunciados os resultados para as áreas de Terapias Avançadas, Segurança Cibernética; Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectados; e Tecnologia Quântica.
“Os Centros de Competência Embrapii vão construir conhecimento e criar pontos de referência para as pesquisas em áreas de tecnologias de fronteira, cujo desenvolvimento é estruturante e estratégico para o posicionamento do país na economia mundial. Queremos inserir de vez o Brasil dentro do mapa desse novo ecossistema de inovação e em posição de destaque para as pesquisas”, disse Igor Nazareth, presidente interino da Embrapii.
O CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), em Campinas (SP), vai atuar na temática de Open RAN, que visa o desenvolvimento de tecnologias abertas para infraestrutura de redes de telecomunicações. Atualmente, essas redes são dependentes dos poucos fornecedores e de soluções proprietárias. O Open RAN permitirá que empresas se especializem no desenvolvimento de software e hardware, a partir de especificações abertas, permitindo o surgimento de novas empresas no segmento, e tornará mais fácil para que as operadoras de redes utilizem soluções de fornecedores distintos e de novos componentes de fornecedores distintos.
A intenção do Open RAN é permitir a combinação de soluções tecnológicas, independentemente do fornecedor. A adoção do Open RAN permitirá que os sistemas das operadoras de telecomunicações possam mover seus sistemas para a nuvem, dentro de um processo de virtualização da infraestrutura de rede.
O Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, em Santa Rita do Sapucaí (MG), foi selecionado para o Centro de Competência Embrapii na área de Tecnologia e Infraestruturas de Conectividade 5G e 6G. Apesar de já estar em implantação em todo o mundo, atividades de pesquisa ainda estão em andamento para complementar as especificações atuais das redes 5G. Em paralelo, já está em curso em instituições de pesquisa e em fóruns internacionais o desenvolvimento de normas e padrões para a próxima geração de redes móveis – o 6G. Ele poderá viabilizar a implementação de aplicações baseadas em tecnologias que exigem elevadas taxas de transferência e baixa latência, como transporte autônomos, cirurgias à distância, tecnologias vestíveis, entre outros. A tendência é que o 6G possua uma taxa de transferência de 1 Terabit por segundo – atingindo, pela primeira vez, a frequência do Terahertz (THz) -, enquanto o 5G possui 1 Gigabit por segundo – operando nas frequências de Gigahertz (GHz).
E, por fim, o Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (CEIA-UFG), em Goiânia (GO), foi selecionado para o Centro de Competência Embrapii de Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais. Serão realizadas pesquisas em tecnologias que visam simular o mundo físico por meio da realidade virtual, criando um sentimento de imersão, estimulando os sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar – e criando sensações reais.
Investimentos
Os três Centros de Competência Embrapii receberão investimento de R$ 180 milhões, sendo R$ 60 milhões para cada instituição selecionada. Os recursos serão aplicados em um período de 42 meses em uma série de ações que combinam ampliação e fortalecimento de competência científica e tecnológica em PD&I; formação e capacitação de recursos humanos nessas áreas; associação tecnológica (modelo membership) e atração e criação de startups.
Os Centros de Competência vão potencializar e fortalecer as ICTs que já possuem competência na área temática, bem como desenvolver conhecimentos para atender aos desafios tecnológicos empresariais. Além disso, deverão se tornar em Hubs de inovação nas regiões onde estiverem sediados. A presença dos Centros atrai mão de obra qualificada, empresas e investimentos relacionados com atividades de PD&I, gerando, por consequência, um aumento do IDH e do PIB per capita da região.