Fonte: FGV
Setenta por cento das crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos afirmam ter encontrado pornografia acidentalmente na internet enquanto navegavam por outros motivos. O dado é da pesquisa produzida pela organização inglesa GuardChild. Para evitar que casos como esses aconteçam na sua família e com amigos, o coordenador do MBA em Marketing Digital André Miceli e a professora Regina Lima, pesquisadora do tema, ambos da Fundação Getulio Vargas (FGV) dão dicas de como controlar e proteger os seus filhos.
“É necessário ter limites claros na quantidade de tempo conectado. Além disso, toda família deve implementar a Política de Porta Aberta, em que os pais devem sempre interagir com seus filhos durante o tempo no computador. Verifique os games que eles estão jogando ou o que eles estão procurando. Deixe-os saber que você está interessado e prestando atenção. Quando possível, especialmente com crianças mais novas, sente-se com elas, assista e interaja”, diz André Miceli.
A pesquisadora da FGV Regina Lima afirma ainda ser muito importante, para quem cuida de uma criança, que esteja atento, além da interação nas redes sociais, ao vício no uso. Segundo ela, as crianças com pouca idade que receberam tablets ou outros dispositivos estão desenvolvendo uma relação nada saudável com a tecnologia. “Em muitos casos, elas ficam menos interessadas em atividades como esportes e leitura, além estarem mais propensas a insônia e irritabilidade. A pesquisa de imagens cerebrais mostra que esses dispositivos afetam o córtex frontal do cérebro da mesma forma que uma droga. Na verdade, o uso de tecnologia é tão excitante que eleva os níveis de dopamina tanto quanto o sexo”, alerta a especialista.
Miceli explica que temos que educar as próximas gerações sobre como usar a internet. Para o professor da FGV, temos que garantir que cada criança possa encontrar uma maneira própria e saudável de se relacionar com a tecnologia. “A educação é a ferramenta mais importante nesse processo. O interessante é que, se por um lado a tecnologia pode atrapalhar as crianças, por outro, pode ser uma aliada dos pais”, diz o especialista.
Aplicativos – André Miceli e Regina Lima ressaltam que recursos podem ajudar no bloqueio de aplicações e sites indevidos. Eles afirmam que o botão de pânico, caso a criança ou adolescente estejam em perigo, pode ser usado, além da localização e histórico dos lugares visitados. Ainda de acordo com os professores da FGV, é possível ainda definir limites de tempo de uso, rastrear textos e contatos.
Os especialistas, entretanto, alertam que os próprios recursos de controle devem ser usados com parcimônia. “Combater o vício, a pedofilia e fazer da tecnologia uma aliada na educação deve ser um objetivo de todos os pais. Mesmo com todos os recursos disponíveis é fundamental que a família entenda que o diálogo e o amor continuam sendo os recursos mais eficientes nesse processo”, complementa Regina Lima.