por Paula Paschoal*

Não é questão de opinião. Nem de otimismo exagerado pelas maravilhas da tecnologia – embora, muitas vezes, ela seja mesmo maravilhosa. A verdade é que o mobile está, sim, transformando o cotidiano das pessoas, facilitando o modo como pagam contas, pedem comida, se locomovem, preenchem formulários, se relacionam com os amigos via redes sociais, assistem a suas séries favoritas, fazem compras em qualquer e-commerce do mundo etc. etc.

Como costumo dizer, o smartphone se tornou o controle remoto do mundo. Ele é muito mais do que um simples equipamento de comunicação – aliás, o que a gente menos faz, hoje em dia, é usá-lo como telefone.

Os números são impressionantes: segundo a FGV-SP, fechamos 2017 com um smartphone por habitante no Brasil; e, de acordo com pesquisa da Mobile Time em parceria com a Opinion Box, nas casas em que há smartphones, 72% das crianças entre 10 e 12 anos já têm seu próprio equipamento.

Outra informação que vem ao encontro do que estamos assistindo diz respeito à espantosa adoção da tecnologia 4G, que acaba de superar a 3G e se tornar a mais ampla cobertura no Brasil – bateu a casa dos 95 milhões de acessos nos dois últimos meses do ano, segundo a Anatel.

Além disso (ou, talvez, por causa disso), o brasileiro é um entusiasta da tecnologia. Qualquer uma, mas, mais especificamente, a que o acompanha em todos os lugares. E percebeu, rapidamente, que os aplicativos para celular poderiam se tornar seus amigos fiéis. Uma prova de que o mercado olhou para a direção correta nos últimos anos são os apps de mobilidade urbana. No início de 2014, quase ninguém entendia como seria possível pedir um táxi ou similar a partir de um smartphone e pagar online. Hoje, é quase impensável ter de sacar dinheiro no caixa eletrônico para pagar por esse tipo de serviço.

Via smartphone, você chama o carro que preferir, com os opcionais que necessitar, onde estiver, e o pagamento pode ser feito via carteira eletrônica, como o PayPal, sem que lhe seja pedido nem mesmo um login ou uma senha.

Atualmente, o mobile permite que você abasteça o carro em um posto de combustíveis sem nem sair do veículo – o que sugere facilidade e segurança. Ou enfrentar uma fila para pagar o estacionamento do shopping, por exemplo: com um app no smartphone, você debita o valor em sua conta e recebe um código de barras na tela do celular que libera o carro na cancela.

Ou, ainda, faz com que uma compra online em um supermercado ou loja virtual seja possível em duas ou três telas – e o produto é entregue em sua casa. O setor que mais cresce nesse mercado é o de moda, que já ostenta índices de mais de 60% de suas vendas provenientes de compras online em equipamentos móveis.

E nem estamos falando (ainda) sobre as possibilidades que já vivem fase de testes em países mais avançados tecnologicamente do que o nosso e devem se tornar realidade dentro de pouco tempo – entre elas os drones.

Isso tudo que já usamos no nosso dia a dia (e também o que sairá do forno das empresas de tecnologia e logística avançada nos próximos meses e anos) só é possível porque entendemos, há algumas temporadas, que o ativo mais importante em nossas vidas é o tempo. E ele está cada vez mais restrito, ou seja, raro.

Por isso, tenho certeza de que as empresas que trabalharem para poupar tempo de seus clientes/usuários verão seus resultados ampliados de forma exponencial. Faz todo o sentido, quando imaginamos que a busca pela felicidade – movimento contínuo de nossa época – precisa mesmo de alguns minutos a mais de liberdade para acontecer.

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* Paula Paschoal é diretora geral do PayPal Brasil

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