Por Cristiano Kanashiro*
A pandemia trouxe inúmeras discussões para os empreendedores, desde como manter o negócio aberto a quais modelos utilizar para alavancá-los. Em meio a isso, os investimentos em tecnologia vieram à tona de forma mais incisiva, o que tornou evidente a jornada digital como um dos temas mais relevantes do momento. Ela é uma das principais responsáveis por encaminhar os negócios para a inovação, por meio dos dados, trazendo diferentes maneiras de atender demandas e gerando maior competitividade entre os players.
De forma simplista, a jornada digital engloba uma série de mudanças que já ocorreram nos últimos anos e ainda estão acontecendo no ambiente corporativo, marcadas por processos movidos pela tecnologia e com maior uso de conexões digitais. Essas modificações são progressivas e passam por todas as partes da economia moderna.
Suas etapas consistem a partir da digitalização (migração de dados analógicos para meios digitais), passando pela digitalização (os processos passam a contar com a presença maciça da tecnologia integrada à cadeia operacional) e, por fim, a transformação digital (onde os dois pontos anteriores se cruzam e o ambiente corporativo passa a ter a TI como peça-chave para a manutenção de toda a performance corporativa).
Mas para se adaptar, a empresa deve estar preparada. Os desafios são tão grandes quanto o número de processos analógicos existentes. Para entender melhor como a jornada digital afeta o negócio, é importante compreender seus quatro pilares, pois além de ajudarem a empresa a se adaptar ao novo cenário, criam uma infraestrutura operacional de maior valor agregado.
São os quatro D: desmaterialização (diminuir a dependência de recursos físicos), desmonetização (diminuição da moeda com relação ao total de ativos financeiros existentes), democratização (todos têm acesso à mesma tecnologia) e disrupção (descontinuação do processo já estabelecido). Juntos, eles tornam o ambiente de trabalho ainda mais digitalizado e capaz de aproveitar de modo eficaz os recursos disponíveis. Tudo isso contribui não apenas com os processos internos de um negócio, mas também externo, já que tanto clientes, quanto parceiros, enxergarão essa nova capacidade de inovação, economia e alinhamento com as demandas do público-alvo.
Junto a isso, pode ser importante reavaliar o perfil do negócio para otimizar investimentos e fazer ajustes, considerando seu aspecto e os melhores caminhos para prevenir riscos. Dessa forma, cada escolha terá um retorno sobre o investimento adequado. Outro ponto, caso necessário, será modificar o modelo de produtos e serviços para manter alinhamento com as demandas do mercado, que se modificam continuamente. E, por fim, manter viva e operante uma cultura de inovação, peça básica da jornada digital, por meio do incentivo ao engajamento de todos os times para tomadas de decisão, por meio da troca de experiências e pensamento inovador.
A mudança do ambiente corporativo que deseja passar pela jornada digital envolve muitos cuidados. Não se trata de um desafio fácil para empresas que estão acostumadas com um fluxo de trabalho tradicional, em que há muitas rotinas analógicas. A partir do alinhamento com as melhores práticas do setor, pode-se minimizar riscos e assegurar que essa nova caminhada seja robusta e com alto retorno.
Mais do que uma tendência, devido a transformação digital, a jornada digital pode garantir a sobrevivência de empresas por meio de uma infraestrutura digitalizada. Negócios que se adaptam a ela se mantêm alinhados com as tendências do setor em que atuam. A longo prazo, a jornada digital cria ambientes mais inovadores, flexíveis e integrados.
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Especialista em inovação digital é CEO da GO.K, consultoria que conduz a inovação digital em empresas nos seus diversos estágios, de startups à big companies. Publicitário de formação e empreendedor com mais de 20 anos de experiência em inovação tecnológica, negócios digitais e mobilidade inteligente, também atua como palestrante e investidor anjo em startups.