Fonte: Gartner
O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, destaca que imposições para retorno obrigatório aos escritórios por parte das empresas podem impactar negativamente na produtividade, a intenção de permanência no emprego e desempenho dos funcionários. Além de adotar políticas de retorno de forma estratégica e transparente, as instituições devem incentivar colaboradores a retornarem com sucesso ao escritório por meio de três estratégias: alinhar propósito ao local, motivar com transparência, e tornar a inclusão fundamental.
Para Neal Woolrich, Diretor da Prática de Recursos Humanos do Gartner, “mandatos de retorno ao escritório podem parecer uma reversão na flexibilidade, na autonomia e no bem-estar dos funcionários quando carecem de significado e razão, o que contrasta drasticamente com o propósito corporativo mais centrado no ser humano para qual muitas empresas têm se voltado”.
“As empresas tentaram atrair as pessoas de volta ao escritório com refeições gratuitas, benefícios no escritório ou horários de trabalho flexíveis, mas esses gestos não são suficientes. Em vez disso, os empregadores devem aproveitar as melhores partes da experiência no escritório e evoluir o espaço de um local ancorado ao trabalho para um centrado nas pessoas e como elas se sentem ao entrar em um escritório”, diz o diretor.
Para o Gartner, as três estratégias abaixo deveriam ser seguidas para anunciar o retorno ao escritório:
Alinhar Propósito ao Local: A pesquisa Global Talent Monitor (GTM) do Gartner feita durante o 3º trimestre de 2023 revela que os funcionários consideram a localização como a prioridade número um ao procurar um novo emprego. O maior obstáculo que os empregadores enfrentam com os mandatos de retorno ao escritório é justificar por que estar no escritório é importante quando o trabalho não muda. “Continuamos ouvindo que a maioria dos funcionários se sente mais produtiva trabalhando em casa, então é desconcertante a falta de raciocínio racional fornecido por tantas empresas ao exigir que os funcionários retornem ao escritório”, diz Woolrich. Além disso, 48% dos 3.493 colaboradores entrevistados acreditam que as políticas de escritório priorizam o que os líderes querem ao invés do que os funcionários precisam, de acordo com a pesquisa do Gartner que recomenda a criação de um ambiente profissional guiado por propósito e pela compreensão clara de como as tarefas realizadas no escritório complementam as feitas remotamente.
Motivar com Transparência, não com Mandatos: De acordo com a pesquisa, mais de 50% dos funcionários escolhem não ir ao escritório porque não identificam sentido ou melhoria de produtividade. Ao invés de impor o retorno ao escritório, as empresas precisam motivar os funcionários com comunicação aberta e honesta para incentivar a presença física no local de trabalho para evitar déficit de confiança entre os funcionários e suas empresas. “Os líderes precisam respeitar seus funcionários o suficiente para compartilhar os verdadeiros motivos por trás de suas políticas”, diz Woolrich. “É importante fornecer uma justificativa clara e válida para ajudar os profissionais na motivação da mudança para que possam compreender por que as decisões estão sendo tomadas.”
Tornar a Inclusão Fundamental: A pesquisa Global Talent Monitor revela que o sentimento dos funcionários da pesquisa em relação à cultura e inclusão no local de trabalho continuou a declinar, apesar dos esforços das empresas para destacar a diversidade, equidade e inclusão (DEI). O mandato de presença no local para todos pode dar a impressão de criar um ambiente mais igualitário, mas a pesquisa revela que os trabalhadores remotos experimentam 10% mais inclusão do que os presenciais. Isso se deve, em parte, ao fato de se sentirem mais autênticos em um ambiente remoto, onde têm privacidade e controle sobre seu espaço de trabalho.
O Gartner recomenda construir um ambiente de trabalho inclusivo que atenda às necessidades emocionais e físicas dos funcionários, para ajudá-los a se sentir conectados quando estiverem no escritório. Isso resultará em enormes benefícios para o talento e para o negócio em termos de maior engajamento, desempenho e intenção de permanecer. “Afastar-se da mentalidade predominante de uniformidade e conformidade do escritório é fundamental”, diz Woolrich. “As empresas devem oferecer um espaço de trabalho centrado no funcionário para que sintam confortáveis e tão conectados quanto em casa. Isso requer entender e se solidarizar com as situações únicas dos funcionários e perguntar o que está funcionando, o que não está e o que pode ser feito de forma diferente.”
As pesquisas e práticas do Gartner para a área de Recursos Humanos reúnem as melhores abordagens de conteúdo relevantes para oferecer a decisores individuais conselhos estratégicos sobre as prioridades críticas que fazem parte da função de RH. Informações adicionais estão disponíveis em http://www.gartner.com/en/human-resources/human-resources-leaders. Siga as notícias e atualizações da prática de RH do Gartner no X e LinkedIn usando #GartnerHR.