Vencedora da Latam Edge Award 2019, competição internacional de startups, a PlataformaVerde é uma empresa brasileira que estruturou a primeira rede fechada de network e gestão ambiental do mundo, que permite controlar e rastrear a produção, transporte e destinação de resíduos sólidos de uma empresa ou município. O acompanhamento das informações compartilhadas tem o intuito de inibir a criação de aterros irregulares; a operação de pontos de descartes viciados; o uso de transportadoras, veículos e destinos não licenciados, entre outras práticas indevidas.
A PlataformaVerde é um BaaS (Blockchain as a Service), explica Chicko Sousa, CEO da startup, pois todas as informações são compartilhadas entre as empresas que integram a plataforma e transformadas em blocos de informações criptografadas e imutáveis. O processo permite apenas inclusões de novas etapas/informações entre os entes participantes. A partir do momento em que todos estão de acordo com as novas inclusões, as informações viram um novo bloco a ser somado aos demais.
Para entender o que ocorre, consideraremos como exemplo o transporte de um resíduo entre uma indústria e um aterro. Na plataforma, essa movimentação é vista como uma informação transacional, que será rastreada, a partir dos manifestos de transporte dos resíduos coletados da unidade geradora e durante todos os processos subsequentes.
As informações relacionadas aos resíduos e o “caminho” que eles percorrem incluem: o tipo de material que foi produzido durante um processo industrial ou comercial, a quantidade, a necessidade de algum tipo de autorização obrigatória, quem são os fornecedores que transportam e destinam o material etc. Todos estes dados são compartilhados com aqueles que participam da operação. Além disso, o sistema controla e gerencia prazos e processos dos atendimentos legais necessários para a gestão dos resíduos. “Desta forma, o gestor ganha o tempo que ele gastava para controlar e o direciona para tomar ação. Temos casos de clientes que melhoraram a performance financeira da gestão de seus contratos em mais de 60%”, explica o CEO.
O serviço proporciona maior confiabilidade, transparência, agilidade e rastreabilidade (traceability) ao processo de descarte dos resíduos, os dados se tornam imutáveis com o registro realizado em blockchain por todos os entes que inseriram informações, proporcionando uma espécie de livro razão de todas as transações referentes à destinação dos resíduos, a ser acessado pelas áreas competentes das empresas (gestão ambiental, governança, auditoria, entre outras).
A origem da PlataformaVerde remonta ao ano de 2015, quando foi idealizada a fim de atender às necessidades das concessionárias de limpeza urbana de São Paulo, que solicitaram um projeto de controladoria das plantas mecanizadas que recebiam os resíduos da coleta seletiva municipal. Como os resíduos eram enviados para diversas recicladoras e não apenas para um aterro, as concessionárias precisavam encontrar uma solução para conhecer e gerir esta cadeia. Então, foi desenvolvido um software e o projeto-piloto começou a rodar. Depois, com o apoio de uma montadora de veículos, a solução passou por ajustes no processo e o empreendedor adotou o modelo de negócio SaaS (Software as a Service, software como serviço). Atualmente, a plataforma tem 1200 clientes ativos, de diversos segmentos de mercado, e 60 funcionários.