Fonte: Tecnobank
A Black Friday é um dos eventos mais aguardados do ano, especialmente pelo e-commerce. Afinal, para muitos negócios, este dia pode representar uma parcela significativa do faturamento anual. Segundo um levantamento da Neotrust e ClearSale, as vendas on-line alcançaram R$ 5,23 bilhões na Black Friday de 2023. Neste ano, a expectativa é ainda maior, com previsões de um aumento considerável no tráfego virtual, refletindo a crescente preferência dos consumidores pelas compras digitais.
Esse movimento é evidenciado por dados recentes publicados pelo SPC Brasil e CNDL, que apontam que 91% dos internautas brasileiros fizeram aquisições no ambiente digital no último ano. A praticidade e os preços competitivos são os principais atrativos que levam os usuários a essa preferência, já que, frequentemente, diversas marcas oferecem promoções exclusivas na web, indisponíveis em lojas físicas.
Apesar das vantagens, a preocupação com a segurança ainda é um obstáculo para muitos consumidores. Uma pesquisa da plataforma Olhar Digital revelou que 70% dos entrevistados temem fraudes e vazamentos de dados ao fazer compras on-line. Esse receio é um desafio importante para os varejistas, que precisam intensificar as medidas de proteção para garantir a confiança dos clientes.
Navegação perigosa
As estatísticas de crimes cibernéticos relacionados ao e-commerce são alarmantes: no último ano, cerca de 80 mil consumidores brasileiros foram vítimas de golpes digitais. Nesse cenário, é crucial que tanto empresas quanto consumidores adotem práticas consistentes de segurança. A diretora de tecnologia da Tecnobank, Adriana Saluceste, sugere o uso de VPN (Rede Privada Virtual) em redes públicas, como Wi-Fi de cafés ou shoppings, para proteger a conexão contra interceptações. No entanto, ela enfatiza que isso não elimina a necessidade de práticas adicionais. “É importante realizar compras apenas em sites que exibam o cadeado SSL, um indicador de que o ambiente usa uma conexão segura”, afirma.
Além disso, a especialista indica estar atento a sinais de portais não confiáveis, tais como ofertas suspeitas, solicitações de senha dos cartões, métodos de pagamento pouco conhecidos, erros gramaticais e comunicações não solicitadas, seja por e-mails ou ligações. “Utilizar a autenticação multifator é essencial, pois confirma a identidade do usuário e adiciona uma camada extra de segurança “, ressalta.
O papel das empresas
Além dos consumidores, as empresas também têm o dever de investir em cibersegurança para proteger seus ativos e os dados dos clientes. Casos notórios de vazamentos de dados no Brasil, como os ocorridos com Netshoes, Enel e até o Banco Central, evidenciam a relevância dessa responsabilidade.
Adriana recomenda a implementação do selo SSL (Secure Socket Layer), que criptografa informações e transações, garantindo a segurança do site, e a manutenção de uma comunicação clara e constante com os clientes, orientando-os sobre como proteger suas contas e evitar tentativas de phishing. “Isso não apenas reforça a segurança como enriquece a experiência de compra, principalmente durante períodos de alta demanda, como a Black Friday”, destaca. “Uma empresa que se comunica de forma transparente fortalece o relacionamento de confiança com o consumidor”, completa.
Investir em uma hospedagem dedicada é outra recomendação valiosa. “Isso permite que a empresa aproveite os recursos de segurança do servidor sem compartilhá-lo com outros sites”, explica Adriana. É preciso ainda manter os softwares e sistemas sempre atualizados contra as últimas ameaças, assim como o uso regular de scanners de vulnerabilidades para detectar e corrigir falhas.
Muitas empresas de e-commerce têm adotado a autenticação de dois fatores (2FA) para proteger contas de usuários contra invasões. “Sobretudo, assegurar a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é fundamental para reforçar a segurança no setor”, conclui a especialista.