Projeto será conduzido por ABDI e Inmetro

Rio de Janeiro terá primeiro laboratório brasileiro de cidades inteligentes

© Hector Garcia via Visual hunt / CC BY-SA

Em uma iniciativa inovadora, será criado, no Rio de Janeiro, o primeiro laboratório brasileiro para pesquisas, testes e certificação de tecnologias a serem aplicadas nas chamadas cidades inteligentes. O projeto será desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Inmetro, que firmaram acordo de cooperação técnica.

A partir das competências da ABDI e do Inmetro, serão avaliadas as tecnologias necessárias para integrar os municípios. A proposta é ter, ao final do projeto, documentos para avaliação do gestor público que queira promover a implantação de cidades inteligentes em cenários específicos.

O presidente da ABDI, Guto Ferreira, explica que a proposta é criar em laboratório uma minicidade para a execução de testes de tecnologias de cidades inteligentes. “Vamos buscar no mercado, junto às indústrias, as soluções existentes e implantá-las em um ambiente monitorado do Inmetro. A ideia é avaliar quais requisitos técnicos são necessários para determinadas tecnologias voltadas para as smart cities, quais critérios técnicos, arquiteturas, normas, padrões, procedimentos de conformidade e metrológicos devem ser seguidos”, afirmou.

Na prática, a proposta é oferecer soluções para demandas como a integração da iluminação pública com mobilidade urbana, prevenção de desastres, por exemplo. Outra atividade possível seria o controle de serviços urbanos, como luz, água, gás, saneamento de forma inteligente e unificada.

Os técnicos dos órgãos envolvidos terão como ponto de partida o poste de iluminação pública, por entender que, em apenas um equipamento urbano, é possível agregar diversos serviços e tecnologias como câmeras de segurança e monitoramento, transmissão de dados por fibra ótica e wi-fi, entre outras. Durante todo o processo, startups poderão acompanhar o trabalho para identificar e propor soluções voltadas para a inteligência nas cidades.

O desafio inicial é preparar um ambiente que aceite a integração do maior número possível de tecnologias, a partir da identificação do que já está disponível no mercado nacional.

“Com a cooperação teremos condição para a análise e proposição de instrumentos de apoio ao desenvolvimento industrial para cidades inteligentes, formando uma indústria competitiva no Brasil, preparadas para criar soluções de alto valor agregado, preparadas para a exportação”, ressalta Ferreira.

O Acordo de Cooperação Técnica para a criação do Ambiente de Demonstração de Tecnologias para Cidades Inteligentes será desenvolvido em um período de de dois anos e contará com investimento inicial de R$ 2,5 milhões, sendo R$ 1,5 milhão da ABDI e R$ 1 milhão do Inmetro.

Cidades inteligentes, cidades humanas

A cidade caracterizada como inteligente tem como foco fornecer grandes benefícios para a população em termos de qualidade de vida, de saúde, de segurança e de informação. Inteligentes e humanas, as cidades conquistam alto nível de retorno social pela aplicação de tecnologias de informação e comunicação em um ambiente integrado por uma gestão pública centralizada.

Nesse formato, o cidadão é agente integrante e coopera com a gestão pública, ao poder participar, acompanhar, fiscalizar e contribuir com a melhora dos serviços públicos. As iniciativas de cidades inteligentes começaram a se amplificar no Brasil em 2014, em setores como: iluminação pública; redes inteligentes integrando o controle de água, gás e energia; sistemas complexos e infraestrutura de comunicação (Internet e telefonia), além de edifícios inteligentes e bairros inteligentes.

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