Fonte: Alura

LinkedIn (44%) e Instagram (24%) também são usadas como referência, segundo estudo realizado pela Alura em parceria com o instituto de pesquisa VOX We Study People

“A tecnologia move o mundo”. A frase de Steve Jobs, ainda nos tempos de hoje, segue atemporal e se faz presente no dia a dia do mercado de trabalho, empresas e nas carreiras de diversos profissionais. Para compreender seus impactos, a Alura, em parceria com o instituto de pesquisa VOX We Study People, realizou um estudo que mapeou o comportamento de cerca de 700 estudantes de tecnologia. Segundo o levantamento, 70% dos respondentes recorrem ao YouTube para buscar conteúdos de TI, seguido do LinkedIn (44%) e Instagram (24%).

Ainda segundo o relatório, quando perguntados sobre onde buscam conteúdos de TI avançados, o Youtube segue em primeiro lugar, com 30%, seguido do Google (27%), do portal  Stack Overflow (20%) e da escola de tecnologia Alura (14%).

Para Paulo Silveira, CEO da Alura, atualmente, há muito material disponível na internet de forma gratuita, além de diversas escolas e cursos de tecnologia. Nesse mar de opções, o importante é começar aos poucos e usar um guia para nortear cada passo, mesmo que a rota mude ao longo do caminho.

“Guias como Roadmap.sh (em inglês) e o recém lançado TechGuide.sh (em português) auxiliam nesse processo. Esses mecanismos ajudam as pessoas a olharem para trás e  identificarem tudo que já foi feito, mais do que isso, observar que você conseguiu adquirir os conhecimentos planejados. Caso contrário é muito fácil se dispersar e atacar diferentes tecnologias simultaneamente, sem entrar em profundidade em nenhuma delas”, explica.

Já para Dora Faggin, diretora de pesquisa da VOX, as entrevistas qualitativas realizadas com os respondentes revelam o YouTube por si só não é exatamente uma novidade, afinal, é uma ferramenta constantemente usada para estudo, no entanto, estudantes de TI possuem um desafio muito característico: se manterem atualizados.

“Como esse é um mercado que se transforma constantemente, é necessário monitorar essas inovações, tais como uma nova forma de usar determinada linguagem ou uma nova ferramenta. A depender da posição que essas pessoas estão ou nível de responsabilidade do cargo, é mandatório estar por dentro dessas atualizações e o YouTube acaba sendo uma forma fácil de acessar e verificar se essas transformações são relevantes”, pontua.

Perfil dos alunos

Quanto ao perfil dos alunos, 6 em cada 10 respondentes já estão trabalhando na área de TI. Dos 4 que não atuam na área, 2 estão em transição de carreira, enquanto os demais são estudantes que ainda não atuam profissionalmente. Dos respondentes que ainda trabalham fora da área, a maior parte está ocupando cargos na área administrativa (44%), engenharia (20%), comunicação e informação (11%), dentre outras.

“Boa parte dos estudantes estão na fase de transição de carreira, ou seja, já possuem um repertório profissional, mas estão buscando qualificação para irem para a área de TI. Nesse processo, é um erro as empresas olharem esses profissionais apenas como ‘juniores’, uma vez que esses profissionais possuem background relevante que deveriam ser levados em consideração, afinal, essas experiências podem ser combinadas a nova formação e claro, agregar muito mais valor para os negócios das empresas”, avalia Faggin.

Outro recorte do estudo revela que mais de 80% dos respondentes ocupam cargos de especialista na área de TI, enquanto 17% ocupam cargos de gestão ou liderança. Dentro desse universo, a posição desses profissionais se divide entre júnior (29%), pleno (25%) e sênior (22%). A maior parte dos respondentes classifica o seu conhecimento sobre a área como básico (30%) ou intermediário (31%).

“Os dados revelam uma dor muito grande do mercado de tecnologia: o desenvolvimento do profissional de tecnologia. Algumas empresas buscam insistentemente por pessoas com larga bagagem profissional e se esquecem que o júnior de hoje é o sênior de amanhã. Cabe às empresas decidirem se querem somente competir pelos tão disputados talentos sêniores do mercado ou se estão dispostos a desenvolverem os novos profissionais do mercado. A pesquisa ainda revela que a grande maioria dos profissionais que estudam tecnologia estão entre o básico ou intermediário, reforçando a urgência de criarmos ambientes de aprendizado e evolução dentro das empresas”, pondera Silveira.

Ainda pensando no desenvolvimento profissional, a maioria (46%) dos respondentes possuem interesse em cursar nível superior na área de tecnologia à distância a curto ou médio prazo.

“A formação universitária continua sendo relevante, principalmente para que os profissionais continuem se desenvolvendo na carreira e busquem cargos e posições mais altas nas empresas. A faculdade é uma das principais possibilidades para que pessoas de tecnologia possam encontrar profundidade em seus estudos. Em vez de se tornarem reféns de suas ferramentas, frameworks e linguagens, elas passam a entender realmente o que acontece por trás dos panos. Esse entendimento é um passo fundamental para a senioridade”, avalia.

Rotinas e desafios de quem estuda tecnologia

As redes sociais também permeiam os hábitos de estudo dos estudantes. Segundo o estudo, eles acessam cerca de cinco redes sociais em média, sendo o WhatsApp  (88%) e o YouTube (82%) os mais usados. Ainda falando em rotina, a maioria (30%) dos respondentes estudam remotamente cerca de 3 a 4 vezes por semana, prioritariamente a noite (66%). Para se dedicar ao ensino, eles se desdobram em estudar em casa (96%) e no escritório (16%).

Dentre os desafios para manter uma rotina de estudos, os respondentes destacam a dificuldade de conseguir tempo livre (57%), manter o foco e a concentração (48%), cansaço (37%) e motivação (28%). Dificuldade que é  mitigada por meio de comunidades, como o Discord, por exemplo. Na Alura essa plataforma concentra cerca de 60 mil pessoas, com uma média de 200 novas chegadas por dia. Desse grande grupo, 30% costuma conversar diariamente.

“Esses lugares de troca, por serem dinâmicos e democráticos, são essenciais para que as pessoas consigam compartilhar dúvidas, histórias e experiências do dia a dia. É uma ferramenta poderosa não apenas para construção de conhecimento, mas para criar relacionamento entre pessoas que possuem guias e objetivos em comum. Num ambiente online, estudando e praticando a distância, essa sensação de pertencimento em uma comunidade é fundamental.”, avalia Paulo Silveira, CEO da Alura.

Segundo Dora, atuar com pesquisas traz diversos aprendizados para os negócios e as pessoas envolvidas dentro do dia a dia das empresas. “Elas podem usar os dados como ferramentas para rever estratégias e apoiar comunidades – nesse caso, de estudantes. Seja pelo lado quantitativo (dados objetivos) ou qualitativo (dados subjetivos de comportamento), conseguimos entender com profundidade as dores dos respondentes e trabalhar em cima disso para entregar valor e melhorar processos“, explica.

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