Rebeca Barbalat*

Vivemos o boom da evolução tecnológica. Possibilidades se apresentam e novos caminhos são trilhados. As facilidades se mostram e se conectam em apenas um clique, principalmente nos últimos 20 anos. Neste período, temos uma geração totalmente envolta desde o nascimento por uma cultura digital. Os nativos digitais, utilizam as ferramentas tecnológicas de forma intuitiva, chegaram às escolas com novos comportamentos, habilidades, necessidades e expectativas. Eles precisam, portanto, de métodos e sistemas de ensino que utilizem os benefícios das novas tecnologias. A escola precisa evoluir.

Nesse sentido, o papel das instituições educacionais consiste em encontrar o espaço dentro da realidade atual e tirar proveito da tecnologia para incrementar o ensino e a formação dos alunos. A escola, o professor e a família não perdem o papel na responsabilidade de educar. A orientação é necessária para que o aluno aprenda de maneira correta para potencializar a capacidade de discernimento. Nesta realidade tecnológica, a escola precisa orientar os alunos a distinguir as fontes, interpretar dados, raciocinar, tirar conclusões e desenvolver competências. O professor não é mais a única a fonte das informações. E tornou-se o caminho e o filtro para quem aprende, peça fundamental no processo de aprendizagem.

Com o uso da inteligência artificial é possível, inclusive, identificar como cada aluno aprende. Existem ações que só uma máquina consegue fazer. É muito difícil para um professor, que trabalha com 20 a 30 alunos, conhecer e tratar cada aluno individualmente. A tecnologia ajuda nesse processo, pois consegue analisar o desempenho de cada um de forma isolada, entender quando e como ele incorpora os conteúdos e ainda tratá-lo de forma personalizada. Cabe aos docentes analisar os dados, acompanhar e tirar o melhor proveito do que os meios digitais conseguem oferecer. É preciso pensar na melhor educação neste processo homem-máquina e ter os dois, professor e tecnologia, trabalhando juntos e complementarmente. Mesmo com todos esses ganhos, ainda são encontrados alguns entraves, mas que vão se rompendo com o tempo. O uso da internet nos ambientes escolares ainda não é uma realidade em todos os lugares. É preciso melhorar muito ainda o acesso e, para tanto, uma boa e estruturada rede interna é fundamental.

A formação dos professores também é outro desafio a ser superado. De acordo com a TIC Educação, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), divulgada em julho de 2019, cerca de 92% dos professores de escolas públicas e 86% de escolas particulares buscam, por conta própria, se informar sobre novos recursos que podem usar no ensino e sobre inovações tecnológicas. Investir na atualização do professor é essencial para esse novo modelo de ensino que se apresentou na última década. Dessa forma, podemos supor a escola do futuro. Provavelmente ela não será muito diferente da atual. Porém, é preciso gradativamente se adaptar e adotar as novas tecnologias. Com todas as transformações, os pilares professor, aluno e espaço escolar serão mantidos. O que deve mudar são os conteúdos e habilidades que se espera do aluno, o formato e a dinâmica da sala de aula e, sobretudo, a relação de comunicação entre os atores desse processo.

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* Rebeca Barbalat é diretora de Produto da Positivo Tecnologia Educacional

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