Por Maria Eduarda Clementino

Você é o goleiro do time. Sua equipe veio bem até aqui com aproveitamento acima da média, reconhecimento da imprensa e da torcida. Nada diferente do que se poderia esperar, afinal vocês estão na final do campeonato. Estão a exatamente um jogo da consagração final.

Assim é para as equipes de TI das empresas que participam da Black Friday. É um jogo final e decisivo, onde elas atuam na defesa apoiando o restante do time e não se pode errar. Assim  como os atacantes da área de Vendas e Marketing, qualquer erro do time de TI pode comprometer o resultado de um ano inteiro de esforço e muito trabalho. O acertar é simplesmente NÃO ERRAR. Nenhuma falha vai ser perdoada.

Para se ter uma ideia, a Associação Brasileira de Comercio Eletrônico (ABComm), projeta um crescimento de vendas de 66% no período. As vendas online correspondem atualmente a 11,2% do setor varejista e a expectativa é de que atinjam 18,7% em novembro. A Black Friday é um evento concentrado que sobrecarrega os sistemas, levando-os a seus limites. Sim, e quem viveu essa experiência, sabe como é desafiador. Não existe limite para nossa dedicação nesse período.

A preparação é intensa e longa, começa já em agosto com muitos planos de ação, testes, simulações e muita atenção aos detalhes. Quando entrarmos em campo no dia 26 de novembro, já teremos percorrido longas jornadas de treino e sabemos que qualquer deslize pode ser fatal.

Olhando para trás e analisando os eventos passados, vemos que pode acontecer de tudo. Já vimos grandes empresas enfrentarem problemas como  sistemas fora do ar, instabilidade, lentidão, dificuldade de finalização das compras por parte dos clientes, sistemas de loja inoperantes, sistemas com vazamento de informações pessoais e os mais temidos ataques cibernéticos.

Ao longo dos anos e com o aumento do volume, a preparação tem sido cada vez mais detalhada. Com a transformação digital, a área de TI tem sido cada vez mais protagonista no evento. Apesar de sermos vistos como “área de back-office” e ainda goleiros no time, somos exigidos cada vez mais, o que nos posiciona na Black Friday como o goleiro Rogério Ceni, que marcava gols decisivos para sua equipe.

O que mais impressiona é que algumas organizações ainda subestimam a fase de preparação e não se preocupam em envolver o time de TI e seus parceiros. Quando isso acontece, a chance de fracasso é enorme. Os volumes têm que ser estimados de forma assertiva e a informação deve ser divulgada e fluir para os canais corretos para que os planos de “capacity” e monitoração sejam eficazes. A comunicação é chave nesse processo. O teste integrado final não deve ser negligenciado.

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