Como agilizar a comunicação entre os cidadãos e seus representantes? Como promover uma gestão mais transparente e eficiente? Esses sempre foram considerados grandes desafios para as democracias representativas, como é a nossa por aqui no Brasil. E o avanço da tecnologia, em especial do fluxo de dados, tem ajudado nessas questões.
Com a mobilidade para o acesso e envio de dados que os smartphones proporcionam, governos e sociedades civis têm cada vez mais recursos para disponibilizar e receber informações, além de monitorar ações e gastos do setor público por meio de plataformas digitais. As redes sociais também têm sido um importante ponto de encontro para cidadãos debaterem temas e problemas comuns como também para os governos se informarem e dialogarem com os cidadãos.
Hoje, por exemplo, já há inúmeros aplicativos que servem como canal de reclamações para resolver problemas das cidades. Através dessas “ferramentas” de utilidade pública, os cidadãos-usuários podem reportar problemas de infraestrutura e mobilidade para que os administradores públicos da cidade tenham ciência e busquem soluções. Ademais, as informações obtidas por esses aplicativos ao longo do tempo também funcionam como dados de inteligência para o governo, possibilitando-o, através do cruzamento de informações como ocorrências e geolocalizações, saber, por exemplo, qual bairro possui um maior volume de demandas, assim como quais são elas, direcionando o atendimento ao cidadão de forma mais efetiva.
E hoje governos já disponibilizam plataformas online que abrem espaços interativos com diferentes instrumentos de participação, como, por exemplo, fóruns, wikilegis, bibliotecas virtuais, audiências públicas interativas, consultas públicas, perfis em redes sociais, etc. Através dessas interações, os representantes públicos têm a capacidade de considerar as informações postas nessas plataformas, gerando propostas de leis e ações governamentais que atendam às expectativas reais da população.
E se a corrupção e o controle dos gastos públicos são problemas de longa data, as soluções baseadas em dados também já estão ajudando nesse quesito. Hoje, por exemplo, a sociedade civil já dispõe de aplicativos disponibilizados por órgãos governamentais ou organizações não governamentais para fiscalizar e denunciar casos de sonegação fiscal, irregularidades relativas a impostos, irregularidades em obras públicas (como a construção de escolas e hospitais), etc.
Estes são apenas alguns exemplos de como os governos estão se transformando digitalmente, com participação social mais ativa e gestão progressivamente mais transparente como motores para o desenvolvimento da nova sociedade digital.