Os brasileiros já se beneficiam dos avanços nas tecnologias de armazenamento e processamento de dados no setor financeiro há mais de duas décadas. Com um avanço espantoso na digitalização de suas operações, o setor financeiro vem dando passos largos no oferecimento de serviços por dispositivos móveis. Segundo informações da Febraban, os bancos brasileiros investiram, em 2014, cerca R$ 21,5 bilhões em TI, o que representa 18% do total de investimentos considerando-se todos os tipo de indústrias, valor que está próximo aos realizados por países como Estados Unidos e França. Desta forma, cada vez menos, as pessoas necessitam se deslocar às agências bancárias para usufruírem dos serviços financeiros no país.
Com a intensiva utilização dos dados e a crescente disseminação dos dispositivos móveis, temos assistido a um avanço nas compras via smartphones e nos pagamentos online. Hoje, os consumidores dispõem de uma infinidade de novas aplicações, pelas quais podem fazer, em segundos, compras de todo tipo de produtos, seja no país ou no exterior. Os meios de pagamentos também se diversificam, unindo praticidade e segurança. Com o uso da tecnologia Near Field Communication (NFC), por exemplo, é possível realizar pagamentos em estabelecimentos físicos no Brasil apenas com a aproximação do seu smartphone a um leitor com a mesma tecnologia. Isso reduz o tempo das operações de pagamento e contribui para a redução de filas e do tempo de espera.
A busca pela evolução dos mecanismos de segurança é contínua. Além do uso das tradicionais senhas, a proteção dos clientes e das operações tem se baseado em outros recursos, como a criptografia e o uso de dados biométricos, para validação de operações, como a impressão digital, o reconhecimento facial e o reconhecimento da voz do cliente. Em breve, em vez de usar o cartão de crédito e digitar uma senha, as pessoas poderão fazer compras apenas usando seu dispositivo móvel e tirando selfies.
Os dados são importantes aliados em outro campo importante do setor financeiro, que é o de prevenção de fraudes. Empresas, indivíduos e governos perdem anualmente bilhões de reais em decorrência de golpes financeiros. O Big Data e a análise desses dados em larga escala são ferramentas fundamentais para a prevenção e combate desses crimes.
O estudo dos hábitos e padrões de comportamento dos consumidores, das empresas, dos seus funcionários e, até mesmo, dos mecanismos de fraude mais usados, torna possível prever um ataque e antecipar as medidas de segurança. Se o seu cartão de crédito for clonado, por exemplo, a sua operadora pode identificar a fraude em tempo real e evitar que o criminoso siga gastando em seu nome.
Os governos também têm se beneficiado da análise dos dados em larga escala para o combate à fraude e à sonegação fiscal. No Brasil, existem estados que estão construindo plataformas para monitorar e cruzar em tempo real grandes volumes de dados dos contribuintes estaduais. Consumo de energia, gastos com telefonia, compras de matérias-primas, vendas e transporte de mercadorias são elementos que podem ser monitorados para evitar a sonegação fiscal.