Ferramentas digitais ajudam varejistas a se preparar para a data

Pelo menos 60% dos brasileiros pretendem realizar compras nesta Black Friday, segundo  pesquisa da All iN/Social Miner em parceria com a Opinion Box. O momento é de oportunidade para alavancar vendas — e quem empreende no setor varejista deve redobrar a atenção para não perder a chance de garantir um faturamento a mais para o negócio. Fatores como segurança na hora do pagamento, valor da entrega e prazo de envio do produto são determinantes na decisão de compra. Mesmo diante de uma boa oferta, 56% dos consumidores desistiriam da compra se o frete fosse alto demais e 46% se não confiassem na loja, por exemplo. Por conta disso, é importante prestar atenção no comportamento do cliente e se preparar com apoio de tecnologias para evitar problemas nesse período.

Boa experiência de usuário no site

Ocupar o espaço virtual com o serviço que pretende oferecer é crucial para as estratégias de divulgação, pois é nesse espaço que as pessoas poderão saber mais sobre os produtos, como entrar em contato e, se for o caso, até mesmo finalizar a compra. Por isso, uma boa experiência de usuário no site é um dos pontos chaves para estar preparado para atender a demanda de visitantes na Black Friday. Segundo pesquisa da HostGator, multinacional de hospedagem de sites e provedora de serviços online, 58% dos negócios passaram a investir mais no digital durante a pandemia e, dentre esses, 64% percebeu consequente aumento nas vendas por esse formato.

“O primeiro passo é definir o domínio, o endereço pelo qual os clientes chegarão até a sua loja, verificar a disponibilidade e registrar. Depois disso, é preciso fazer a contratação de um serviço de hospedagem de sites, que irá armazenar arquivos e informações sobre o seu negócio. Por último, você deve definir a plataforma de e-commerce que esteja alinhada com os seus objetivos atuais e futuros”, orienta Ricardo Melo, vice-presidente de Marketing da HostGator,  multinacional de hospedagem de sites. “O e-commerce oferece uma série de vantagens, mas, como qualquer negócio, requer planejamento e estudo sobre a área que pretende atuar”, completa.

Diversidade de pagamentos para o público consumidor

O consumidor está mais exigente com suas experiências de compra — e isso não se reduz apenas aos canais de vendas, mas também às formas de pagar pelos produtos. A tendência é que as empresas ofereçam o maior número de opções de pagamento, aumentando as chances de efetivação da compra ao permitir que os clientes escolham aquela que faz mais sentido à realidade deles — seja dinheiro, boleto, cartão de crédito ou débito, carteiras digitais, links de pagamento, transferências ou Pix. “Hoje, um comércio que não oferece diversidade tem grandes chances de perder vendas e clientes. Não é o consumidor que deve se adequar à loja, mas sim a loja ao consumidor”, explica Piero Contezini, CEO do Asaas — fintech que oferece uma plataforma completa para gestão de pagamentos, cobranças e antecipação de recebíveis focada em micro e pequenos empreendimentos. Com ela, é possível receber pagamentos por cartão de crédito ou débito, boleto, link de pagamento e Pix, utilizando apenas uma ferramenta e a baixo custo.

Assim como a pandemia incentivou o comércio online, também popularizou diversos métodos de pagamento eletrônicos. “Os empreendimentos que ainda não ofereciam essas opções precisaram se adaptar à nova realidade e acabaram encontrando um recurso que trouxe mais praticidade ao seu dia a dia”, explica Contezini. Segundo estudo global da PwC, o volume de pagamento sem dinheiro deve aumentar 82% de 2020 a 2025. Entre os benefícios desses pagamentos digitais, destacam-se a economia com taxas de equipamentos (como máquinas de cartão, que são dispensadas), o controle da operação (que pode ser, inclusive, integrada a softwares de gestão) e a agilidade dos processos. Um pagamento online pode ser autorizado em segundos, trazendo mais eficiência para toda a transação — no caso de entregas, por exemplo, o envio da compra pode acontecer mais rapidamente.

Pagamentos com métodos locais em compras internacionais

Durante a Black Friday, uma data presente no calendário do comércio mundial, muitos consumidores optam por realizar compras em e-commerces internacionais. Porém, há países que não trabalham com alguns métodos de pagamentos, como parcelamento pelo cartão de crédito ou boleto bancário. “Nesse caso, empresas estrangeiras que possuem consumidores locais usam sistemas de facilitadoras de pagamentos para não restringir a experiência de um consumidor brasileiro”, explica Stephano Maciel, cofundador e CEO da FacilitaPay — fintech para realização de transações financeiras transfronteiriças.

A importância de oferecer pagamentos locais, mesmo em compras de empresas internacionais, pode ser medida pelos dados de vendas de e-commerces levantados pela plataforma da fintech. Só no primeiro semestre de 2021, o volume de compras de e-commerces ultrapassou US$ 210 milhões de dólares.  No total, mais de 3,5 milhões de pagamentos foram processados pela FacilitaPay neste período, onde, 62% foram realizados na modalidade cartão de crédito, seguido por boleto (33%) e wallets digitais (3%). Dentre as compras pagas com cartão de crédito, 65% foram divididas, com uma média de 3 parcelas.  Considerando que o boleto e o parcelamento são métodos processados exclusivamente por uma empresa de pagamentos brasileiros, esse volume de compra não seria possível sem o envolvimento da fintech no processo.

Velocidade de entrega dita a preferência

Na corrida das empresas pelo melhor prazo de entrega, a agilidade se tornou o ativo mais valioso do setor. No caso do varejo omnichannel, dois problemas são mais comuns. O primeiro é a baixa acuracidade de estoque, fazendo com que a promessa de entrega a curto prazo seja quebrada. “O outro é que, para compensar isso, os varejistas aumentam a margem de segurança de prazo de entrega”, revela o diretor de Vendas e CS da Manhattan Associates Brasil, Marco Beczkowski. Por exemplo, se o sistema diz que uma loja tem duas unidades do produto, o varejista prefere não sugerir aquele ponto como passível de atender o pedido, ou então aguarda a confirmação física na loja antes de aprovar a venda. Embora o pedido pudesse ser entregue em uma hora, dado a falta de confiança com estoques baixos, a promessa é de entrega em dois ou três dias. “O potencial de venda é prejudicado quando o varejista não conta com processos e sistemas robustos que contemplem e mitiguem estes aspectos”.

Para garantir uma operação eficiente, dois pontos são essenciais em um bom sistema de gerenciamento de transporte: torre de controle e otimização. É importante que todas as informações de rastreamento estejam integradas e facilmente acessadas em um único ponto de visibilidade. Assim, em um ou dois cliques, é possível identificar o problema e atuar para solucioná-lo. Já a otimização permite um melhor aproveitamento dos veículos. Além disso, a utilização de rotas dinâmicas torna a entrega mais ágil. “O sistema analisa onde melhor colocar as lojas, quais delas estão vinculadas a quais CDs, a relação de custos entre contratação de frota terceirizada ou utilização de frota privada e simulação e modelagem para melhor tomada de decisão estratégica”, exemplifica Beczkowski.

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