Fonte: Ceweb.br
Chamada pública, que destinará ao todo R$ 5 milhões para o desenvolvimento de tecnologias abertas com foco na solução de problemas sociais, recebeu 172 inscrições de todas as regiões do país
O Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) divulgou no dia 21/11 os 20 projetos selecionados na 2ª edição do Mover-se na Web, programa que busca incentivar a resolução de questões sociais por meio de tecnologias da Web aberta. Cada proposta escolhida receberá aporte de até R$ 250 mil para o desenvolvimento das soluções, além de apoio com formações e mentorias. Nesta edição, a iniciativa buscou projetos com potencial de mitigar problemas reais e garantir direitos em contextos locais, apresentados por Organizações da Sociedade Civil (OSC) com sede e atuação no território nacional.
Lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) em março deste ano, a chamada pública, que teve gestão operacional da ponteAponte, contabilizou 172 inscritos de todas as regiões do país, sendo que 60 passaram para a 2ª fase. Um júri independente, formado por especialistas externos com notório conhecimento no campo da tecnologia, ficou responsável pela seleção final. A lista completa com os aprovados está disponível no site oficial do programa.
“Recebemos propostas de diversos temas, como por exemplo participação cidadã, combate a mudanças climáticas, equidade de gênero etc. O objetivo da chamada é mostrar o potencial das tecnologias abertas da Web na geração de soluções de impacto social que sejam, posteriormente, replicadas e beneficiem o maior número de pessoas possível. As organizações terão doze meses para desenvolver o projeto e, durante o período, contarão, não só com apoio financeiro, mas terão suporte técnico. Serão realizados cinco encontros de capacitação, cinco sessões de mentoria coletiva e três de mentoria individual. Está prevista ainda a criação de uma rede para conectar as OSC selecionadas”, explica Vagner Diniz, gerente do Ceweb.br/NIC.br.
Dos 20 contemplados, 10 são do eixo Norte-Nordeste (Pará, Bahia, Amazonas, Maranhão, Pernambuco e Tocantins) e 10 do eixo Centro-Sudeste-Sul (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal). Veja as propostas selecionadas: Ankara Moda Afro (Casa de Cultura Afro Gerais – CCAG), Baixada Vacinada! (Criola), Biko-Sistema de Gestão de Cursinhos Populares (Instituto de Referência Negra Peregum), Defesa Civil Popular (Nossas Cidades), Do quintal à cozinha: conectando saberes e fazeres na produção de alimentos (Intervozes, Coletivo Brasil de Comunicação Social e Movimento da Mulher Trabalhadora Rural de Sergipe), Ferramenta digital para comercialização de alimentos agroecológicos inspirada na iniciativa Divino Alimento (Akarui), Futuro Exterminado: Memorial da Violência Armada contra Crianças e Adolescentes (Instituto Fogo Cruzado), IÊ Castanha – Inteligência Econômica Ecológica (Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB)), Mulheres e Agroecologia: tecendo conexões para a construção da autonomia (Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata Mineira), Programa Bira Carvalho – Território, Acessibilidade e Tecnologia na Maré (Observatório de Favelas do RJ), Agriconnect – Conectando agricultores a consumidores (Associação Comunitária Agrícola Taquara Grande), Cacicadas Digitais na Resex Tapajós-Arapiuns (ITA – Instituto Território das Artes), CICLODADOS – a plataforma da mobilidade por bicicleta do Recife (AMECICLO – Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife), Círculo PenhaS (Instituto AzMina), Conectad@s (Bigu Comunicativismo), Georeferenciamento Caso Braskem – Tecnologias sociais de dados e histórias (Laboratório Brasileiro de Cultura Digital – LabHacker), Mulheres Empreendedoras Da Amazônia (Instituto Terradourada), Observatório da Mulher – Bahia: Território dos Cuidados (Agência de Desenvolvimento Regional Sul da Bahia), Rede EFAs: Plataforma Digital para Escolas Rurais (União das Associações das Escolas Famílias Agrícolas do Maranhão) e Teia – Inclusão Digital para Conservação da Amazônia (IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas).
“O Mover-se na Web é uma iniciativa que, desde a sua concepção, buscou garantir representatividade e diversidade, priorizando iniciativas lideradas por grupos historicamente sub representados, como pessoas pretas, pardas, indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, pessoas trans e lideranças de comunidades tradicionais, como quilombolas. Quando olhamos para a representatividade regional, a chamada buscou contemplar 50% de projetos oriundos das regiões Norte e Nordeste e 50% das regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste. Compreendemos que as tecnologias da web, quando utilizadas de forma criativa, guiadas por princípios éticos e de responsabilidade social, podem ser catalisadoras de transformações sem precedente”, reforça Selma Morais, coordenadora de projetos do Ceweb.br.
Para conferir detalhes de cada projeto, acesse: Link.
O que são tecnologias abertas da Web?
São tecnologias de desenvolvimento de soluções Web cujos códigos abertos permitem ser verificados por outras pessoas e reutilizados de forma colaborativa e flexível em outras aplicações, estimulando assim, o seu contínuo aperfeiçoamento e o compartilhamento da inovação.