Fonte: American Tower do Brasil
- A American Tower e a SmC+ publicaram um estudo que aborda a importância do crescimento da infraestrutura móvel como motor da competitividade da América Latina.
- Face ao crescimento sustentado do tráfego de dados móveis, os requisitos da infraestrutura de telecomunicações e a utilização compartilhada para reduzir as despesas operacionais e de capital são fundamentais.
- O Brasil precisa mais do que dobrar a quantidade de sites existentes para atender a procura de serviços móveis das diferentes tecnologias que irão coexistir: 3G, 4G e 5G. Além disso, o grande desafio é superar a heterogeneidade regulatória para implantar esse tipo de infraestrutura.
Numa colaboração entre a American Tower e a empresa de consultoria SmC+ Digital Public Affairs, acaba de ser publicado o estudo “A gestão da infraestrutura de telecomunicações como pilar fundamental para o futuro da América Latina”, no qual é feita uma revisão geral do estado atual da infraestrutura de telecomunicações na América Latina e dos desafios presentes e futuros de alguns países da região.
O estudo salienta que o alargamento da implantação de infraestruturas em modos de gestão compartilhada e especializada continua sendo fundamental para que o setor de telecom siga oferecendo serviços de internet móvel, essenciais para diminuir o gap digital e permitir novos desenvolvimentos como o 5G.
Neste cenário, o estudo estima que, em 2030, o setor atingirá 454 mil sites na região e, em 2032, esse número chegará a 560 mil sites. Esta estimativa reflete um pequeno ajuste com relação ao que foi estimado no final de 2021 devido a atrasos em alguns concursos envolvendo a implantação do 5G. Este crescimento significa que será implantado um total de 202 mil novos sites até 2030 e 307 mil até 2032 para satisfazer a procura crescente dos usuários, dos governos e para apoiar a implantação de novas tecnologias digitais, como a realidade virtual e aumentada e a inteligência artificial. Isto implica um enorme desafio para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na região.
Rodrigo Jimenez Castellanos, Diretor Geral de Sustentabilidade e Comunicação para EMEA e América Latina da American Tower, afirmou: “Na dinâmica competitiva que o mundo vive atualmente, poucas coisas são mais importantes para o crescimento econômico e a competitividade de uma região do que a conectividade. É por isso que é tão necessário publicar estudos como este, que nos fornecem dados confiáveis sobre o ponto em que nos encontramos na América Latina e as necessidades que enfrentamos nos próximos anos. Com isso, poderemos elaborar, entre os setores privado e público, mapas de ação que ajudarão, entre outras coisas, a melhorar a utilização do espaço público, a tornar os custos mais eficientes para as operadoras móveis e até a reduzir os impactos ambientais”.
De acordo com Sebastián Cabello, CEO da SmC+ Public Affairs, um elemento a destacar do estudo é a prevalência de barreiras regulamentares à implantação em diferentes níveis governamentais. “Embora seja clara a importância das infraestruturas de telecomunicações para reduzir a lacuna digital e o papel das empresas especializadas na gestão de infraestruturas passivas para estimular o compartilhamento, a redução de custos e a melhoria da utilização do espaço público, persistem numerosas barreiras à implantação”, afirmou.
“Os países que registraram os maiores progressos em matéria de regulamentação destacam-se pela coordenação entre os intervenientes, bem como pela normalização dos processos”, acrescentou Cabello. De fato, o estudo salienta que países como o Brasil, o Peru e o Paraguai se destacam por esses esforços de coordenação, normalização e simplificação dos processos. É claro que ainda há espaço para melhorias, especialmente em países como a Colômbia, a Costa Rica e o México, que, embora tenham implementado algumas mudanças, ainda estão em uma fase muito inicial de implementação. A Argentina e o Chile não registraram alterações significativas, conforme o relatório.
No que diz respeito ao Brasil em particular, o estudo concluiu que houve uma redução de barreiras desde 2021, por meio de esforços para padronizar as regulamentações nos municípios. A “Lei Geral de Antenas”, regulamentada pela Lei nº 13.116 de 2015 e alterada pelo Decreto Federal nº 10.480 de 2020, serviu de base para o “Projeto de Lei Modelo” elaborado pela Anatel, pelo Ministério das Comunicações e pelo Ministério da Economia, e que deve ser usado como modelo para que os municípios atualizem suas próprias leis. Em 2021, foi lançada uma campanha em busca desse objetivo e, atualmente, já são centenas de municípios que atualizaram suas leis de antenas.
O estudo conclui com cinco recomendações, para todos os países estudados, para alcançar o salto qualitativo de que o setor de telecom necessita para se beneficiar do 5G e expandir a cobertura de serviços às zonas rurais.
- Maior coordenação entre os organismos nacionais ou federais e os municípios com processos normalizados, idealmente através de um balcão único.
- Incentivos e facilitação do compartilhamento passivo de infraestruturas.
- Implementação de um processo de aprovação automática.
- Processo acelerado para infraestruturas de menor dimensão.
- Desenvolvimento de atividades de sensibilização para as autoridades, população e meios de comunicação social.
O estudo é público e a versão completa, com infografia, pode ser acessada clicando aqui.