Alice e Victor moram virtualmente em Brasília (DF) e trabalham para a população brasileira. É uma dupla que está fazendo sucesso e utiliza os recursos da inteligência artificial para desenvolver as suas habilidades.
Victor é uma ferramenta de inteligência artificial (IA) do Supremo Tribunal Federal, criada para aumentar a eficiência e a velocidade de avaliação judicial dos processos que chegam ao tribunal. Desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o projeto está tornando realidade a aplicação de IA no Direito no país. Depois de um período de testes, ele começou a operar oficialmente em agosto de 2018.
Segundo o STF, a ferramenta está sendo utilizada na organização dos processos, executando quatro atividades: conversão de imagens em textos no processo digital, separação do começo e do fim de um documento (peça processual, decisão etc.) em todo o acervo do Tribunal, separação e classificação das peças processuais mais utilizadas nas atividades do STF e a identificação dos temas de repercussão geral de maior incidência. Só no primeiro semestre de 2018, a corte recebeu 42 mil processos e seriam necessárias quase 22 mil horas de trabalho de servidores e estagiários para realizar o trabalho que foi, agora, delegado ao Victor. A meta é que sua utilização seja ampliada para outros tribunais no Brasil.
O Sistema de Análise de Licitações e Editais, mais conhecido como Alice, é utilizado no Tribunal de Contas da União (TCU) desde fevereiro de 2017. Este robozinho lê editais de licitações e atas de registro de preços publicados pela administração federal, além de alguns órgãos públicos estaduais e estatais. Para isso, coleta informações do Diário Oficial e do Comprasnet, o sistema que registra as compras governamentais. A partir daí, ela produz uma prévia do documento e aponta aos auditores se há indícios de desvios e fraudes, como indicar se as empresas concorrentes de uma mesma licitação têm sócios em comum. São, pelo menos, 200 licitações por dia para avaliar e informar aos auditores de possíveis irregularidades. Proativa, Alice contribui para evitar que um erro ocorra, freando contratações públicas irregulares pelo Brasil.