Fonte: ABINC
ABNT e ABINC criam normas técnicas para IoT, consolidando o Brasil no mapa global da padronização tecnológica
A Internet das Coisas (IoT) acaba de dar um passo decisivo rumo à maturidade regulatória no Brasil. A Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) concluíram e aprovaram as duas primeiras normas técnicas nacionais voltadas à IoT e Gêmeos Digitais, com as primeiras já publicadas: ABNT NBR ISO/IEC 20924:2025 e ABNT NBR ISO/IEC 30173:2025. Para 2026, também está prevista a publicação de uma norma específica sobre cibersegurança de dispositivos IoT, conceito que amplia o potencial de aplicação da IoT na indústria, cidades inteligentes e outros setores.
“Essas normas representam um marco na consolidação da IoT no país. O Brasil passa a contar com parâmetros técnicos alinhados às normas internacionais, mas adaptados à nossa realidade de mercado e infraestrutura”, explica Paulo Spaccaquerche, presidente da ABINC, em entrevista ao TeleSintese.
O trabalho da ABINC em conjunto com a ABNT, no âmbito do Comitê Brasileiro de Tecnologias da Informação e Transformação Digital (CB-021), liderado por Fernando Gebara Filho, abrange as áreas de IoT, Gêmeos Digitais, Cibersegurança para IoT e Espaços de Dados. Vários projetos de normas estão em desenvolvimento nestas áreas. “Este ano começamos uma nova etapa na ABINC, colocando o Brasil na trilha global da regulação do IoT”, explica Rogério Moreira , diretor de tecnologia da ABINC.
O setor de IoT no Brasil vive um momento de forte crescimento. Segundo levantamento recente da ABINC, o mercado tem crescido, impulsionado por avanços em conectividade (como o 5G, LPWAN, LoRa e NB-IoT), pela redução de custos de sensores e pelo amadurecimento dos modelos de negócio em segmentos como indústria, logística, utilities e agronegócio.
“O grande diferencial desse trabalho é que ele foi conduzido a partir das demandas do mercado brasileiro, respeitando nossas características técnicas, geográficas e econômicas, mas sem perder o alinhamento com as normas internacionais. Essa combinação é o que vai permitir que o Brasil avance de forma consistente e competitiva”, segundo Spacca.
Segundo ele, a padronização é essencial para fortalecer a competitividade e a interoperabilidade entre diferentes sistemas e plataformas. “Nosso objetivo é que empresas e instituições brasileiras possam certificar seus produtos e soluções de acordo com padrões reconhecidos globalmente, sem depender de modelos estrangeiros. Essa padronização é fundamental para ampliar a competitividade das empresas brasileiras e garantir a interoperabilidade de sistemas”.
As normas poderão ser adquiridas diretamente no site da ABNT, mas as empresas terão na ABINC um canal de apoio técnico e orientação sobre adequação e compliance.





