Fonte: SEADE

Estudo inédito, resultado da parceria entre o Seade e o Cetic.br|NIC.br, dimensiona o uso, acesso e apropriação das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC em estabelecimentos de saúde públicos e privados no Estado de São Paulo. Os dados abordam a utilização de computadores e acesso à Internet em hospitais, unidades básicas e demais estabelecimentos de saúde, o uso de sistemas informatizados para atendimento do público e gestão, além da existência de políticas de segurança da informação. Os resultados demonstram as condições de informatização e comunicação remota nos serviços de saúde, com foco em sua relação com o Sistema Único de Saúde – SUS.

Acesso às TICs nos estabelecimentos de saúde

É praticamente universal o acesso a computadores e à Internet nos estabelecimentos de saúde paulistas. O acesso à rede pelos estabelecimentos de saúde no estado foi efetuado predominantemente por meio de conexão via cabo ou fibra ótica (86%), inclusive entre os estabelecimentos que atendem SUS (82%). Outras formas de conexão como a móvel 3G e 4G são menos comuns entre os serviços que atendem SUS (32%), se comparadas ao conjunto do estado (55%). Esse diferencial sugere vantagem do setor privado na incorporação futura de tecnologias que exigem maior velocidade de transmissão de dados, que serão facilitadas pela tecnologia 5G.

Sistemas informatizados para gestão e atenção à saúde

Entre as oportunidades propiciadas pelas TICs está a implantação de sistemas eletrônicos para registro, armazenamento e recuperação de informações dos pacientes. No Estado de São Paulo, 87% dos estabelecimentos de saúde dispõem de algum sistema informatizado para registro de informações dos pacientes, percentual que se situa em 80% dos estabelecimentos do SUS paulista e 77% em nível nacional.

Os dados da pesquisa TIC Saúde foram coletados em um momento imediatamente anterior ao início da pandemia COVID-19 no Brasil e demonstram que uma parcela dos estabelecimentos de saúde ainda carece de sistemas informatizados. Nesse momento que enfrentamos a pandemia, é de grande relevância que estes estabelecimentos estejam informatizados para que possam contribuir para o melhor controle e combate à crise sanitária”, observa Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.

Além dos registros cadastrais, é bastante presente a informatização de dados sensíveis do paciente relacionados à sua condição de saúde, sistemática usual no SUS provavelmente em decorrência da implementação do Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS) e disponibilização de sistemas eletrônicos para atenção primária na rede pública.

É ampla a presença de sistemas informatizados que permitem agendamento de consultas, exames e cirurgias na rede de saúde paulista, observada em 75% dos estabelecimentos. Contudo, apresenta patamares inferiores na rede SUS paulista (66%) e brasileira (53%).

Entre os serviços que o paciente pode acessar pela Internet, o agendamento de consultas é o mais ofertado pelos estabelecimentos de saúde paulistas. Contudo, apenas 30% da rede oferece essa funcionalidade, que é ainda menos presente no SUS.

“Para o cidadão, os serviços online são grandes facilitadores, principalmente neste período de pandemia, pois permitem que serviços como agendamentos e acesso a resultados de exames sejam feitos pela Internet, evitando assim que as pessoas tenham que se deslocar até os estabelecimentos para terem acesso a informação”, pontua Alexandre Barbosa.

Segurança da informação

Sobre a adoção de documento que defina uma política de segurança da informação, 56% dos estabelecimentos de saúde formalizaram essas diretrizes, cujo estágio de implementação é proporcionalmente menor no SUS paulista e brasileiro.

A ferramenta de segurança da informação mais presente nos estabelecimentos de saúde são os programas antivírus, instalados em 95% da rede paulista e em patamares próximos no SUS. Estes resultados demonstram que grande parte dos estabelecimentos ainda precisa realizar mudanças e adaptações para se adequarem à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Compartilhe