Primeira etapa de projeto da ACATE, ACIF e prefeitura, em parceria com empresas do setor tecnológico, irá implementar conectividade e segurança.

Foto: presidente da ACATE, Daniel Leipnitz, e prefeito Gean Loureiro assinam termo para criação do Laboratório de Inovação Urbana. Crédito: Cristiano Andujar/PMF

Florianópolis acaba de dar um importante passo para tornar-se uma cidade inteligente. A Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) e a prefeitura municipal firmaram convênio para desenvolver um Laboratório de Inovação Urbana. A primeira etapa será na Rua Vidal Ramos, no Centro, onde serão instalados ainda no mês de outubro roteadores Wi-Fi e câmeras inteligentes, que poderão ser acessadas pelos comerciantes e órgãos de segurança pública.

Segundo a consultoria Urban Systems, cidade inteligente é um modelo de urbanização e gestão pública que emprega os recentes avanços da tecnologia para tornar as cidades mais eficientes e seguras. Florianópolis deve alcançar os 800 mil habitantes em 2035 e hoje, com 469 mil, já enfrenta vários desafios. De acordo com o Índice de Cidades Empreendedoras 2016, da Endeavor, alguns dos principais gargalos estão relacionados a desenvolvimento urbano sustentável, mobilidade, gestão de resíduos, crise fiscal e financeira, digitalização dos serviços públicos e tempo para abertura de empresas. Sendo um dos principais polos tecnológicos do Brasil, o município tem capacidade de solucionar essas dores e ser reconhecido como uma cidade inteligente.

“Nós escolhemos a Rua Vidal Ramos para o projeto piloto porque seus lojistas e moradores já são muito organizados. Eles conseguiram que a rua fosse revitalizada e hoje ela é um modelo de urbanismo para a cidade”, explica Thaís Nahas, consultora em Cidades Inteligentes do Laboratório de Inovação Urbana. O objetivo é tornar a rua mais inteligente e lançá-la como um modelo para o Brasil ao implantar no local as tecnologias de ponta de empresas da região, fortalecendo também a economia local.

“É um projeto que, além de levar os benefícios da tecnologia para os comerciantes e moradores, pretende dar mais visibilidade para a rua, aumentando a circulação de pessoas. A iniciativa ainda visa a difundir a cultura de inovação – muito forte dentro das empresas – entre os cidadãos de Florianópolis, tornando a cidade cada vez mais competitiva e com uma economia mais forte”, ressalta Diego Ramos, diretor da Vertical Conectividade da ACATE.

O Laboratório de Inovação Urbana será viabilizado pelas empresas do setor tecnológico, que cederam suas soluções ao projeto: a Algar Telecom fornecerá toda a conectividade; a Intelbras irá conceder os roteadores e as câmeras; a Seventh doará licenças do software de Gestão e Análise de videomonitoramento, além do aplicativo para que os lojistas possam se automonitorar; a Khronos prestará o serviço de atendimento a ocorrências; e a Teltec Solutions entregará toda a infraestrutura de nuvem para o acesso e armazenamento das imagens.

Segundo Marcus Rocha, superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação de Florianópolis, o projeto é muito positivo para a prefeitura, pois serão várias câmeras ligadas a custo quase zero, podendo monitorar locais em que hoje não há acesso. “A intenção é transformar Florianópolis em um laboratório a céu aberto para a inovação. A ação na Vidal Ramos é a primeira de um projeto-piloto do Laboratório de Inovação Urbana, que será desenvolvido a longo prazo. O objetivo é viabilizar projetos de inovação que impactem em questões urbanas da cidade”, afirma Rocha.

Rosângela Macedo Coelho, diretora da Regional Centro da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), tem uma loja na Vidal Ramos há mais 20 anos e acompanhou todo o processo de revitalização e reforço na segurança da rua. Ela diz que os lojistas estão muito otimistas com a possibilidade de monitorar todo o comércio local dentro de suas empresas. “Para nós, que já vivemos momentos de muita insegurança, medo da violência e sofremos com os prejuízos de furtos frequentes, iniciativas como essa trazem esperança e confiança de impulsionarmos os negócios”, afirma.

Após a implementação da conectividade e segurança, que é a primeira etapa do projeto, a rua deve receber tecnologias que aprimorem sua sustentabilidade, como a geração de energia renovável e sensores de nível de ruído, poluição e incidência solar. Para os próximos estágios do Laboratório de Inovação Urbana, será realizado um concurso de soluções inovadoras de base tecnológica entre os associados à ACATE, que busquem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e visitantes de Florianópolis.

Foto: presidente da ACATE, Daniel Leipnitz, e prefeito Gean Loureiro assinam termo para criação do Laboratório de Inovação Urbana.
Crédito: Cristiano Andujar/PMF

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