Selo IA

Fonte: tiinside
Por  Jorge Sukarie*

A inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma realidade estratégica no presente das empresas brasileiras. O mais recente estudo conduzido pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), em parceria com a International Data Corporation (IDC), mostra que 96% das empresas de médio e grande porte já utilizam ou pretendem utilizar IA até o fim de 2025. Esse dado revela não apenas uma tendência tecnológica, mas uma mudança estrutural no modo como as organizações pensam sua operação, seu posicionamento e sua capacidade de inovar.

Entre os usos mais comuns, destacam-se a automação de processos, a análise avançada de dados, a geração de conteúdo e código, e o reforço à segurança cibernética. Em todos esses campos, a IA é vista como um instrumento de ganho de eficiência, escalabilidade e competitividade, especialmente em um ambiente de negócios cada vez mais pressionado por custos e pela velocidade das mudanças.

Outro dado significativo do estudo é que mais da metade das empresas já adotam IA generativa, e outros 34% pretendem adotá-la nos próximos 12 meses. Isso significa que ferramentas como modelos de linguagem, assistentes virtuais e sistemas autônomos de produção de conteúdo estão deixando de ser experimentos isolados e passando a integrar o núcleo das estratégias de transformação digital.

É importante destacar que essa incorporação da IA ocorre, em sua maioria, de forma institucionalizada, dentro dos limites de governança e segurança de dados das empresas. Segundo o levantamento, apenas uma pequena parcela das organizações permite o uso de IA de forma “desautorizada” (shadow AI). A maioria já atua com políticas internas claras de compliance, LGPD e uso consciente da tecnologia, o que demonstra uma maturidade digital crescente no ambiente corporativo brasileiro.

Se, até pouco tempo atrás, a inteligência artificial era vista como uma tecnologia restrita a grandes empresas e laboratórios avançados, hoje ela está acessível e presente em múltiplos setores. De acordo com o estudo, os segmentos de saúde, educação, finanças e agronegócio já testam e aplicam IA de forma prática, com resultados concretos e planos de ampliação do uso.

Mas o que está por trás dessa adoção acelerada? Em grande medida, o entendimento de que tecnologia não é um custo, mas um investimento com retorno mensurável. É por meio da IA que muitas empresas estão redesenhando processos, otimizando recursos humanos e fortalecendo sua presença digital — tudo isso em um ambiente que exige decisões mais rápidas e dados mais confiáveis.

A conclusão que se impõe é clara: a revolução da inteligência artificial já começou no Brasil. E aqueles que souberem aproveitá-la de forma estratégica, ética e alinhada aos seus objetivos de negócio estarão em posição privilegiada para liderar a próxima década.

O estudo completo pode ser acessado em: https://abes.com.br/dados-do-setor/

____
*Membro do Conselho da Associação Brasileira das Empresas de Software – ABES

Compartilhe