Fonte: CAIXA
As áreas-foco dos negócios selecionados para o programa CAIXA: Desafio Mulheres em STEM abrangem tecnologia, engenharia, matemática e ciências; jovens, crianças e adultas serão beneficiadas com as soluções.
Ada Tech, Manaós Tech e Sincroniza Educação foram os três negócios inovadores selecionados pelo Fundo Socioambiental (FSA) e pela Artemisia como finalistas do programa CAIXA: Desafio Mulheres em STEM (a sigla representa as iniciais das palavras das quatro áreas, em inglês: Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). A iniciativa apoia soluções que impactam positivamente a vida de meninas e mulheres ao longo de suas trajetórias educacional e profissional.
O programa tem o objetivo de reduzir as desigualdades de gênero nas áreas de STEM e promover a igualdade de oportunidades para diminuir as barreiras que historicamente têm limitado o acesso e a progressão de mulheres nas áreas das ciências exatas. Cada um dos negócios receberá até R$ 200 mil para subsidiar os projetos-piloto. Os escolhidos passaram por um processo seletivo rigoroso. Aproximadamente 250 negócios foram analisados, oriundos de todas as partes do país. As três soluções finalistas se destacaram pela capacidade de ampliar o acesso e criar oportunidades reais para meninas e mulheres em áreas que historicamente possuem uma sub-representação do gênero.
Segundo Priscila Martins, codiretora-executiva da Artemisia, o programa está plenamente alinhado à missão da organização: identificar e impulsionar negócios capazes de enfrentar desafios sociais do país. “O Brasil conta com empreendedores e empreendedoras de impacto que lideram soluções inovadoras e potentes para problemas críticos da nossa sociedade. Em parceria com a CAIXA, escolhemos focar em um desses desafios urgentes – a desigualdade de gênero em áreas de alto potencial econômico e transformador, como as STEM. Os dados são claros: por múltiplos fatores, as mulheres seguem sub-representadas em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Diante desse cenário, torna-se essencial apoiar negócios que proponham caminhos concretos para mudar essa realidade”, aponta.
Inclusão e inovação
Com modelos de negócio distintos, mas propósito comum, as iniciativas selecionadas serão testadas em projetos-piloto, que avaliarão a formação técnica, o engajamento escolar e o desenvolvimento de competências digitais. Isso acontecerá em todas as etapas, desde a alfabetização tecnológica ao estímulo à empregabilidade em carreiras de tecnologia. Os negócios escolhidos recebem apoio do programa para a implementação das soluções em campo, além de suporte para o desenvolvimento de Teorias de Mudança e da avaliação de impacto.
Em um cenário marcado pela persistente lacuna da presença feminina no STEM, o programa aposta no empreendedorismo de impacto como aliado na transformação. Ao mesmo tempo em que apoia soluções testadas, mensuráveis e replicáveis, o CAIXA: Desafio Mulheres em STEM fortalece o ecossistema de impacto e contribui para a construção de um futuro mais plural, inclusivo e equitativo nas ciências e tecnologias.
Atuando na interseção entre tecnologia, inclusão e empregabilidade, a Ada Tech – fundada por Felipe Paiva – aposta em trilhas formativas personalizadas por inteligência artificial (IA). Atua em áreas como desenvolvimento de software, dados, mobile e IA, integrando educação on-line, avaliação de habilidades e conexão com empresas. O modelo B2B permite a contratação da solução por empresas para formar e recrutar talentos sob demanda, promovendo diversidade com eficiência e escala.
Para atender aos objetivos do Programa, o projeto-piloto pretende formar 1.500 mulheres por meio de uma jornada de seis meses, com trilhas em back-end, front-end ou dados. A experiência combina conteúdos digitais, aulas ao vivo e mentorias personalizadas com apoio de IA. A prioridade é o desenvolvimento técnico e comportamental, com foco na empregabilidade. Ao final da jornada, 300 participantes integrarão um Hackathon com empresas parceiras, apresentando projetos práticos e ampliando as chances das participantes de inserção no mercado.
Equidade e diversidade
Priorizando a formação tecnológica de crianças e adolescentes, a Manaós Tech já formou mais de 11 mil estudantes com uma metodologia própria que integra robótica, programação, inteligência artificial, cultura maker e desenvolvimento de jogos. O empreendimento – liderado por Glauco Aguiar, Luiz Carlos Junior e Nívia Carvalho – se destaca pelo compromisso com a inclusão digital e a redução das desigualdades na Região Norte, oferecendo soluções para o problema estrutural que impacta a inovação, a qualificação profissional e o futuro tecnológico do país.
A Manaós Tech realizará dois ciclos formativos (presencial e on-line), voltados exclusivamente a meninas de escolas públicas do Amazonas. O objetivo é introduzi-las no universo da tecnologia por meio da criação de jogos digitais, despertando o interesse por STEM desde a infância. O plano é atender 800 meninas, entre 7 e 17 anos. A iniciativa visa não apenas ampliar o acesso, mas também gerar evidências práticas de como a tecnologia pode ser uma ponte real para o futuro de meninas na região.
O terceiro negócio selecionado é o Sincroniza Educação, fundado por Ana Paula Romero Manzalli e Keila Visconti Andriolo. A iniciativa educacional, desenvolvida sob medida, se concentra na inovação, profundidade educacional e melhoria concreta da aprendizagem – especialmente em redes públicas de ensino. Desde 2017, já impactou mais de 6,7 milhões de estudantes e 550 mil educadores em todo o Brasil.
Uma nova geração de profissionais
A Sincroniza Educação se estrutura em três eixos: desenho de programas alinhados ao contexto das redes parceiras; implementação de soluções nos territórios, com foco em resultados mensuráveis; e formação de educadores e comunidades escolares com metodologias ativas e práticas pedagógicas atualizadas. Neste projeto, está prevista a capacitação de até 1.000 alunas do Ensino Médio em temas como lógica, pensamento computacional e resolução de problemas com base em projetos.
O objetivo é gerar uma base formativa sólida que incentive a criação de soluções tecnológicas pelas próprias estudantes. Com esse projeto, o negócio reforça o compromisso com a equidade de gênero na educação e o protagonismo das jovens na construção de futuros possíveis por meio da tecnologia.
Felipe Alves, codiretor-executivo da Artemisia, aponta que os três negócios selecionados – Ada Tech, Manaós Tech e Sincroniza Educação – mostram como a educação em tecnologia pode abrir oportunidades de desenvolvimento e carreira para meninas e mulheres em STEM, ainda que no longo prazo. “Cada negócio, à sua maneira, atua de forma consistente ao criar jornadas formativas exclusivas, unindo inovação, escala e compromisso com a equidade. São iniciativas que não apenas formam talentos, mas também ampliam perspectivas de futuro”, afirma.
Embora a participação feminina tenha aumentado na última década, ainda há uma sub-representação em funções STEM, compondo apenas 28,2% da força de trabalho. Nos demais setores, as mulheres ocupam 47,3% das vagas, segundo o Global Gender Gap Report 2024. Essa desigualdade resulta em uma desvantagem dupla diante das transições tecnológicas e das mudanças no mercado de trabalho, já que as mulheres permanecem concentradas em empregos com menor potencial de crescimento e salários mais baixos.
Para mudar esse panorama, o programa da CAIXA utiliza a força e os ativos do banco em prol do fortalecimento de soluções de impacto para potencializar a participação feminina nas carreiras STEM. A iniciativa avaliou negócios de todo o país, que geram impacto positivo – ou que tenham potencial – nos estágios de operação, tração ou escala. O foco recaiu para empresas com soluções voltadas a meninas e mulheres ao longo do ciclo de vida educacional e profissional em STEM.