O livre fluxo de dados proporcionado pela internet tem sido grande aliado da educação. Com o barateamento e a popularização de computadores portáteis ultraleves e, sobretudo, de dispositivos móveis, como tablets e smartphones, nossa sociedade ganhou ferramentas importantes que estão contribuindo para a difusão do conhecimento e da universalização de conteúdos educacionais de qualidade.
Hoje, por exemplo, qualquer estudante no país que disponha de um dispositivo móvel e de uma conexão razoável, pode ter acesso a programas educacionais dos mais diversos. São inúmeros os cursos online e aplicações, pagos ou gratuitos, oferecidos por empresas e instituições. Redes sociais de compartilhamento de vídeos também disponibilizam canais educativos os mais variados, produzidos por iniciativas institucionais ou individuais de profissionais. E o menu de opções é quase tão extenso quanto o conhecimento humano: engenharia e arquitetura, linguagem de sinais, fotografia, culinária, educação financeira, além é claro das disciplinas clássicas e de quase todos os idiomas existentes no planeta. E mesmo no ensino presencial, já há várias instituições e professores que trabalham com esses recursos de maneira complementar. Tudo isso só é possível devido ao livre fluxo de dados na rede.
Com o avanço da coleta e do tratamento de dados em larga escala, tem sido possível a administradores escolares, gestores públicos e educadores se beneficiarem do grande potencial dos dados para otimizar e melhorar atividades e iniciativas em torno da educação. Gestores públicos de Chicago, por exemplo, para reduzir disparidades na alocação de recursos entre as escolas da cidade, usam modelos analíticos preditivos para dimensionar o número de matrículas no ano seguinte. Esses modelos chegam a combinar fatores como número de estudantes, escolas e servidores a dados mais incomuns ao universo escolar, como número de habitações nos bairros, níveis de ocorrência criminal, índices econômicos locais. Dessa maneira, com a análise preditiva é possível um maior controle dos recursos alocados no sistema de ensino do município.
Também há iniciativas governamentais que buscam utilizar dados em larga escala para melhorar índices relacionados à educação. A partir da análise de informações sobre a presença dos alunos, sua performance nos exames, grade curricular, entre outros, tem sido possível a municípios avaliarem, por exemplo, o mapa da evasão escolar. E com informações mais precisas e atualizadas, professores já podem identificar e propor mecanismos para auxiliar estudantes em situação de atenção, em vários momentos durante o período letivo. Por meio de aplicativos interativos (via smartphones, tablets ou computadores pessoais), é possível ter uma noção exata do grau de dificuldade de cada aluno e propor reforços de conteúdo de maneira individualizada.
E os professores estão ganhando um mais novo e promissor aliado a partir da implementação da Inteligência Artificial e da Computação Cognitiva. Na medida em que avançam esses dispositivos móveis nas escolas, é possível aos professores ter maior base de dados para avaliar a performance dos alunos e as eventuais lacunas que precisa reforçar. Com a introdução da computação cognitiva, essa base de dados pode ser analisada de modo que os professores recebam insights para o desenvolvimento de um programa pedagógico individualizado e contínuo para cada estudante. Ou seja, com o auxílio dos dados torna-se possível não somente descrever e entender os contextos de aprendizado, mas também prever desafios e prescrever soluções antes que eles ocorram.