Fonte: MCTIC

Segundo Maximiliano Martinhão, governo está mapeando setores econômicos com valor estratégico para a implantação da Estratégia Digital Brasileira. “Há setores que o governo deve apoiar”, afirmou

O secretário de Política de Informática, Maximiliano Martinhão, participou do 3º Encontro Interministerial Diálogos sobre Políticas Públicas e Indicadores de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Crédito: Ascom/MCTIC

O secretário de Política de Informática, Maximiliano Martinhão, participou do 3º Encontro Interministerial Diálogos sobre Políticas Públicas e Indicadores de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).
Crédito: Ascom/MCTIC

A Estratégia Digital Brasileira (EDB) é uma construção de diversos atores da sociedade e vai impulsionar múltiplos setores da economia nacional. A afirmação é do secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Maximiliano Martinhão, que participou, nesta terça-feira (30), do 3º Encontro Interministerial Diálogos sobre Políticas Públicas e Indicadores de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). O evento reuniu especialistas nacionais e internacionais para discutir o processo de digitalização mundial e a elaboração de políticas públicas para a economia digital.

“Para a Estratégia Digital Brasileira, estamos mapeando 13 setores econômicos com suas cadeias de valor tecnológico, olhando desde o semicondutor até a entrega dos serviços. Com isso, pretendemos identificar três ou quatro setores prioritários. Temos a percepção de que há setores em que o Brasil tem a possibilidade de conquistar um espaço de relevância, setores que o governo deve apoiar. O Estado tem um papel na potencialização da digitalização”, afirmou Martinhão.

Na avaliação do secretário, o Brasil possui importantes desafios a vencer e a estratégia digital, cuja elaboração vem sendo coordenada pelo MCTIC, é peça-chave desse processo. “Esse trabalho terá impacto transformador na agricultura, indústria, comércio, serviços públicos, transportes e logística, e finanças. E o trabalho que estamos fazendo desde o início conta com grande participação da sociedade. Ontem, tivemos uma reunião com foco na educação  com a participação do governo, setor privado, academia e sociedade civil”, acrescentou.

Mercado promissor

De acordo com dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o setor de E-Commerce movimentou cerca de US$ 51 bilhões na América Latina em 2013, sendo o Brasil o maior vendedor da região, mas ainda há muito espaço para expansão.

“Identificamos que 57% das empresas nacionais de grande, médio e pequeno porte possuem websites, no entanto, a atuação dessas empresas online oferece muito mais informação institucional do que interatividade e contato com possíveis consumidores por meio das redes sociais, por exemplo. Ou seja, temos um espaço de crescimento, e o setor público tem papel importante para as empresas se digitalizarem cada vez mais”, afirmou o analista de Informações, Leonardo Melo Lins, um dos responsáveis pela pesquisa de TICs em domicílio e empresas no território nacional. Acesse a íntegra do estudo.

Perspectivas

As empresas são constantemente desafiadas a aprofundar seus processos de digitalização apropriando-se cada vez mais das TICs em novos modelos de negócios e qualificações. Nesse sentido, o diretor substituto da Secretaria de Inovação e Novos Negócios do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), José Henrique Videira Menezes, ressaltou que a disrupção e a constante alternância de protagonistas liderando o mercado mundial é a grande caraterística da nova indústria 4.0. “Isso é positivo, gera muitas possibilidades de rotatividade de produtos e empresas no mercado.”

Para o especialista em transformação digital e inteligência artificial da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), Wilson Peres Núñez, os governos da região precisam investir em estratégias de atuação e destinar recursos públicos para impulsionar o setor.

“É preciso aumentar seriamente os investimentos nos próximos cinco anos. Temos que manter o foco na transformação digital. Temos que ter uma posição muito mais sólida sobre a chegada das inovações. O exemplo disso é o que ocorreu com a chegada do Uber. A resposta da maioria dos governos demonstra que, ao mesmo tempo em que se quer inovar, também não se sabe como regular o ‘novo'”, disse.

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